sexta-feira, março 08, 2024

Por problemas técnicos, estivemos fora do ar por algumas semanas. Pedimos desculpas aos nossos leitores e anunciantes, estes, com a devida compensação na programação de seus anúncios.

 


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Bolsonaro dará nome a linha de perfumes em marca de maquiador de Michelle


Bolsonaro terá uma linha de perfumes com o seu nome.
Fotos divulgação Augustin Fernandez


O maquiador e amigo pessoal da ex-primeira dama Michele Bolsonaro, Augustin Fernandez, anunciou a criação de uma linha de perfumes com o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro. O empresário afirmou que o lançamento do perfume será feito no dia 21 de março, data do aniversário de Bolsonaro. O produto terá uma embalagem em verde e amarelo.


Augustin e Bolsonaro: admiração pelo ex-presidente
resultou em linha de perfumes personalizada.


Na publicação, o empresário, que tem uma loja de cosméticos chamada 'Divo Beauty', também falou da dificuldade que enfrentou ao anunciar a sua posição política. "Foi muito difícil ver tudo desabar da noite pro dia apenas por expor a minha opinião política", desabafou, mas acrescentando que "hoje começa uma nova era, com a honra e o privilégio de termos assinado na nossa marca um perfume pelo homem que mais admiramos: Jair Bolsonaro", escreveu Fernandez em seu Instagram, que tem mais de 5 milhões de seguidores.


EM 2023 O SICOOB CONCEDEU UM MONTANTE DE R$ 45,9 BILHÕES EM CRÉDITOS PARA EMPRESAS



Durante o ano de 2023, o Sicoob desempenhou um papel crucial no apoio aos empreendedores de micro, pequenas e médias empresas em suas trajetórias financeiras. Segundo os dados mais recentes da instituição, o Sicoob atingiu uma marca de R$ 45,9 bilhões em crédito concedido às empresas de diferentes portes ao longo do ano do ano passado, registrando um aumento de 8% em relação ao ano anterior.
O cooperativismo financeiro é uma importante alternativa para o empreendedorismo brasileiro, pois oferece condições mais competitivas para o acesso a crédito, capital de giro e outros recursos financeiros. "O Sicoob tem como princípio fundamental proporcionar taxas de juros mais justas e prazos para pagamento mais flexíveis do que o mercado tradicional, além de estar profundamente integrado às necessidades dos empreendedores locais, uma vez que estamos verdadeiramente presentes nas comunidades em que atuamos. Os números de 2023 refletem um crescimento substancial, consolidando o Sicoob como uma instituição de confiança para as mais diversas necessidades financeiras de nossos cooperados”, comenta Franciso Silvio Reposse Junior, diretor Comercial e de Canais do Sicoob. 
Nesse montante, 43% do valor foi destinado especificamente às micro e pequenas empresas, o que evidencia o compromisso do Sicoob em fortalecer a base do setor empresarial. No caso das médias empresas, o crédito concedido representou 42% do total. Além disso, a carteira de crédito do Sicoob atingiu a marca de R$ 177 bilhões.


Em 2023, o Sicoob assumiu a terceira posição entre as instituições financeiras privadas que participaram do Programa Nacional de Apoio às Microempresas de Pequeno Porte (Pronampe). Nesse programa, a instituição financeira cooperativa registrou um total de mais de 170 mil operações. 

Mais 25%
Apesar dos desafios macroeconômicos, o Sicoob mantém uma perspectiva otimista para 2024, prevendo um aumento de até 25% na concessão de crédito. "Independentemente do setor em que atuam, nossos cooperados têm à disposição uma ampla variedade de linhas de crédito. Ao se planejarem cuidadosamente e escolherem por obter crédito junto ao Sicoob, estão se preparando para aproveitar oportunidades e investir no futuro de suas empresas. Além disso, contribuem para o bem-estar da sociedade, gerando empregos e impulsionando o desenvolvimento econômico local”, comenta o executivo. 

Safra dos Cafés do Brasil estimada em 58,08 milhões de sacas para 2024

O aumento é de 5,5% em relação à produção total colhida no ano anterior



O aumento da produção cafeeira no Brasil é de 5,5% em relação 
à produção total colhida no ano anterior.
Foto Linkedin



Com Embrapa

A produção da safra dos Cafés do Brasil prevista para o ano-cafeeiro 2024 foi estimada inicialmente em um volume físico equivalente a 58,08 milhões de sacas de 60kg, performance que implica acréscimo em torno de 5,5% em relação à produção total colhida no ano anterior. Esse volume inclui a produção de 40,74 milhões de sacas da espécie de café Coffea arabica (café arábica), que representam 70% da safra nacional prevista, e, adicionalmente, 17,34 milhões de sacas da espécie de Coffea canephora (café robusta+café conilon), que correspondem a 30%, caso tais números se confirmem em nível nacional.


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Neste contexto, vale mencionar que a área total destinada atualmente ao cultivo dos Cafés do Brasil das duas espécies, em 2024, é de 2,25 milhões de hectares, número que representa um ligeiro acréscimo de 0,8% em relação à safra anterior. Tal área contempla 1,92 milhão de hectares efetivamente em produção, os quais denotam um crescimento de 2,4% em relação ao período anterior. E, ainda, mais 336,3 mil hectares na fase de formação, a despeito de essa área registrar uma redução de 7% na comparação com o mesmo período anterior.


O café arábica tem produtividade média de 26,7 sacas por hectare.
Foto Globo Rural

Em relação especificamente ao C. arabica, a estimativa da safra dos Cafés do Brasil em tela indica que a área total de cultivo da espécie será de 1,82 milhão de hectares, e que, desse total, 1,53 milhão de hectares estão em fase efetiva de produção, além de 297,5 mil hectares que ainda encontram-se em fase de formação. Assim, o cultivo do C. arabica corresponde a 80,9% da área total destinada à cafeicultura em nível nacional no ano-cafeeiro 2024. Com base em tais números, constata-se que a produtividade média dessa espécie de café pode ser estimada em 26,7 sacas por hectare.


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Complementando-se esses dados com a área utilizada pelos cafés da espécie de C. canephora, verifica-se que a área total de cultivo da espécie foi estimada em 430,5 mil hectares, sendo 391,7 mil hectares empregados efetivamente na produção deste ano, mais 38,9 mil hectares em fase de formação. Dessa forma, a área empregada no cultivo desta espécie de canephora representa em torno de 19,1% do total do cultivo da cafeicultura no País, no período citado objeto desta análise. Caso tais números se confirmem ao longo da safra 2024, a produtividade média da espécie atingirá 44,3 sacas por hectare.


A produção mundial de café prevista para a safra 2023-2024
está estimada em 171,4 milhões de sacas de 60kg.

Foto Pinterest

Os dados estatísticos que estão permitindo realizar esta análise e divulgação da estimativa da safra dos Cafés do Brasil do ano-cafeeiro 2024 pelo Observatório do Café foram obtidos do 1° Levantamento da Safra de Café de 2024, da Companhia Nacional de Abastecimento - Conab, o qual encontra-se disponível na íntegra, assim como várias versões anteriores deste estudo, no Observatório do Café do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café, e também obviamente no site da Conab.


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Conforme também consta do estudo da Conab objeto desta análise e divulgação, a produção mundial de café prevista para a safra 2023-2024 está estimada em 171,4 milhões de sacas de 60kg, o que representa um acréscimo em torno de 4,2%, na comparação com o mesmo ciclo anterior, segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). E, neste contexto, que a produção mundial de C. arabica está estimada em 97,3 milhões de sacas de 60 quilos, performance que representa um acréscimo de 10,7% em relação à safra anterior. E, em complemento, que a produção de C. Canephora está prevista para alcançar um volume físico equivalente a 74,1 milhões de sacas de 60 quilos, o qual, se confirmado, representará a uma queda de 3,3% na comparação com a safra mundial anterior de 2022-23.

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Dia Internacional da Mulher tem programação especial em Colatina




Com Secom Colatina

Março é o mês da mulher e a Prefeitura de Colatina não vai deixar passar em branco. Além de uma série de ações na área de saúde, que vão acontecer até o dia 23, no Dia Internacional da Mulher, dia 08, será mais especial ainda, para elas saberem que são muito importantes para as vidas de todos, como mães e trabalhadoras fora de casa ou trabalhadoras do lar. É o dia delas e para elas.


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E aí vem muita festa! Tudo preparado com muito carinho pela Casa da Mulher e parceiros importantes. No dia 08, sexta-feira, às 15 horas, na Estação Central, as mulheres que por ali passarem terão ações e serviços gratuitos de cuidados com a saúde e com a beleza para levantarem a autoestima. O tema da campanha deste ano é “Mulher sonha, luta e faz acontecer”.

A Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semus), também vai realizar testes rápidos de glicemia e aferição de pressão arterial e teste de acuidade visual. O teste de acuidade visual é feito para medir a capacidade de percepção e o quanto a pessoa consegue distinguir as coisas com mais nitidez. Elas vão receber também um kit de saúde bucal.


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O objetivo é proporcionar um momento de reflexão, entretenimento, diálogo e muitas homenagens. Para a coordenadora da Casa da Mulher, Audreya Bravo,  é um momento de valorizar e mostrar a importância da mulher na sociedade “É um evento que foi organizado e preparado com muito carinho, todo especial pensando nelas.”




PIB do Espírito Santo avança +5,7% em 2023, quase o dobro da média nacional





Com Secom Estadual

A economia do Espírito Santo encerrou o ano de 2023 em forte expansão. O Produto Interno Bruto (PIB) capixaba registrou avanço de +5,7% no acumulado do ano, resultado quase duas vezes maior que a média nacional, que ficou em +2,9%. Os dados foram apresentados pelo Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), em coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (06).

De acordo com o levantamento, os setores de Indústria, Varejo e Serviços foram os grandes responsáveis pelo saldo positivo. A Indústria geral acumulou crescimento de +11,1%, enquanto o Comércio varejista ampliado e Serviços registraram expansão de +9,3% e +7,0%, respectivamente. A expansão da economia estadual só não foi maior porque a Agropecuária recuou -3,5% em relação ao ano anterior.


Pablo Lira: PIB capixaba é quase o dobro da média nacional.
Foto IJSN


“Estamos vivenciando um cenário muito positivo na economia capixaba, com crescimento expressivo em setores importantes, como a Indústria. No momento em que o Estado assiste à redução na taxa de desocupação, aliada ao aumento da renda média do trabalho, registramos também um avanço do PIB que é quase o dobro da média nacional”, destacou o diretor-geral do Instituto Jones dos Santos Neves, Pablo Lira.

Os resultados do indicador no quarto trimestre de 2023 mostram que a atividade econômica estadual avançou em três das quatro bases de comparação temporal analisadas. Na comparação com o quarto trimestre de 2022, o Espírito Santo apresentou crescimento de +9,4%, enquanto no Brasil foi de +2,1%.


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Já no acumulado dos últimos quatro trimestres, a expansão foi de +5,7%, contra +2,9% do País. Na comparação com o trimestre imediatamente anterior, houve estabilidade tanto no Estado quanto no Brasil, com taxas de -0,3% e 0,0%, respectivamente.

Em valores correntes, a estimativa do PIB nominal do Espírito Santo no quarto trimestre de 2023 foi de R$ 58,2 bilhões. Em valores acumulados, o PIB totalizou R$ 230,2 bilhões em 2023, o maior valor da série histórica.

Os dados completos sobre o desempenho do PIB do Espírito Santo podem ser acessados em: https://ijsn.es.gov.br/publicacoes/boletins/pib-trimestral.




sexta-feira, janeiro 26, 2024



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NA VOLTA ÀS AULAS, DETRAN/ES ORIENTA SOBRE CONTRATAÇÃO DE TRANSPORTE ESCOLAR

Com o fim das férias escolares e retorno às aulas, muitos pais e responsáveis por crianças e adolescentes já se preparam para a contratação do transporte escolar. Para garantir a segurança dos estudantes no trajeto de casa para as escolas, o Departamento Estadual de Trânsito do Espírito Santo (Detran|ES) chama atenção para os cuidados na contratação do serviço, que deve atender a uma série de exigências.  




Sem o registro no Detran, o veículo é clandestino ou o transportador não está devidamente autorizado a prestar o serviço.
Foto ACD/ES


Com Assessoria de Comunicação do Detran|ES   

O órgão orienta que a principal medida a ser tomada pelo cidadão antes de contratar o serviço é verificar no site www.detran.es.gov.br a regularidade tanto do veículo quanto do transportador. Para isso, o interessado deve acessar a área de Consulta de Transporte Escolar, disponível em um banner na página principal. 


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A consulta pode ser feita pelo veículo, informando a placa da van escolar, ou pelo proprietário, informando o nome ou CPF do prestador de serviço. A página informará apenas os veículos regulares e condutores aptos para desempenhar essa função, assim como a data validade do seu credenciamento. Caso a ficha não exista, significa que o veículo é clandestino ou que o transportador não está devidamente autorizado para prestar o serviço.  


A consulta pode ser feita pelo veículo, informando a placa da van escolar, ou pelo proprietário, informando o nome ou CPF do prestador de serviço.
Foto ACD/ES


O gerente de Fiscalização de Trânsito do Detran|ES, Jederson Lobato, enfatiza a necessidade de os pais e responsáveis contratarem o serviço seguro para os estudantes. “O transporte regular, por vezes, é mais caro do que o transporte clandestino, mas a gente orienta que isso não seja um critério de comparação para a contratação do serviço. É a segurança das crianças que está em jogo. Um serviço regular passa por inspeções semestrais que vão garantir que o veículo atende às exigências de segurança e também que o condutor está capacitado para exercer aquela função de transportar os estudantes”, destaca.  


Lobato: "É a segurança das crianças que está em jogo".
Foto arquivo pessoal


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Transporte regular 
 
Para estar regular, o veículo do transporte escolar deve passar por vistorias semestrais, conforme a legislação de trânsito, e só é liberado se cumprir as normas estabelecidas. Nessa vistoria, que é realizada por uma Instituição Técnica Licenciada (ITL) diretamente ligada ao Inmetro, são verificados equipamentos obrigatórios de segurança do automóvel, como freios, condição dos pneus, registrador de velocidade, cintos de segurança, parte elétrica, entre outros. 
 
Além das condições do veículo, o órgão realiza uma análise do condutor do transporte escolar, constatando se ele tem histórico de bom motorista e antecedente criminal. O profissional deve atender exigências como ter mais de 21 anos, ser habilitado na categoria ‘D’, realizar curso para Condutor de Transporte Escolar em empresa credenciada ao Detran|ES e apresentar Certidão Negativa Criminal para os crimes incompatíveis com a atividade. A cada 12 meses, todos os motoristas relacionados têm o histórico da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) inspecionado. Aqueles que forem reincidentes em uma infração de trânsito gravíssima dentro deste período, ficarão impedidos de exercer a atividade por um ano, conforme o artigo 138 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB).  


Para estar regular, o veículo do transporte escolar deve passar por vistorias semestrais, conforme a legislação de trânsito.
Foto Portal do Trânsito


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Os transportadores que levam estudante de até nove anos de idade devem contar, ainda, com a presença do “monitor escolar”. O profissional deve ter mais de 18 anos de idade e também deve ter credencial de identificação emitida pelo Detran|ES, apresentando Certidão Negativa Criminal para os crimes incompatíveis com a atividades. É obrigatório que o monitor esteja no banco de trás do veículo acompanhando as crianças em todo o trajeto e auxiliando nos procedimentos de chegada e saída de casa e da escola. 
 
Para casos de transporte escolar gratuito disponibilizado pelas prefeituras do interior do Estado, a gestão e a fiscalização desse serviço são de competência da própria administração municipal. 


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Confira outras informações sobre o Transporte Escolar no site www.detran.es.gov.br/transporte-escolar. 


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Como saber

Para saber se o veículo e o motorista estão legalizados e obedecem aos requisitos de segurança exigidos, é importante verificar algumas características.       
 
O primeiro indício de que veículo pode estar regular é a faixa amarela estampada na lateral com o nome "escolar". No vidro dianteiro, também é preciso ter o selo de conformidade. Além disso, existem outros itens de segurança que precisam ser checados antes de escolher o transporte escolar:    
 
- O condutor deve portar credencial de identificação expedida pelo Detran|ES e dentro da validade;      
 
- O profissional “monitor escolar” é obrigatório para o transporte de estudantes com até nove anos de idade e deve ter credencial de identificação;      
 
- Dentro do veículo, deve haver o Termo de Autorização do veículo;      
 
- Cintos de segurança devem estar disponíveis para crianças obedecendo à lotação máxima; 
 
- Equipamento registrador instantâneo inalterável de velocidade e tempo;  
 
- Placa vermelha ou, se for placa Mercosul, com caracteres vermelhos.  
 
Denúncia 
 
Caso perceba alguma irregularidade no transporte escolar, o cidadão deve denunciá-la pelo telefone 0800 022 11 17 ou no e-mail ouvidoria@es.gov.br.  
 
É importante indicar o local onde ocorre a irregularidade, como o nome da escola, e as características do veículo, como a placa, para agilizar o trabalho dos agentes de fiscalização do Detran|ES.





Parceiro


PARA ATRAIR PÚBLICO JOVEM, SICOOB LANÇA ASSOCIAÇÃO DIGITAL PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES

Os novos cooperados terão cartão de débito, Pix ilimitado, poupança e conta corrente sem cobrança de tarifas

Uma vez aberta a conta, o responsável poderá monitorar todas
as transações realizadas por seus filhos
Foto divulgação Sicoob

Desde o final de 2023 já está disponível, dentro do Super App Sicoob, a Associação Digital para crianças e adolescentes de até 17 anos. A nova conta pode ser aberta por meio do App Sicoob de um dos pais cooperados, mediante a apresentação de documentos que comprovem a parentalidade, como RG e CPF do menor de idade. 

Os benefícios da associação digital incluem cartão de débito Mastercard personalizado com o nome do jovem cooperado; a capacidade de realizar Pix ilimitados; quatro saques nos caixas Sicoob; dois extratos mensais impressos; acesso à poupança e a uma conta corrente sem cobrança de tarifas. Além disso, o aplicativo é altamente customizável, possibilitando uma experiência financeira adaptada às necessidades individuais de cada novo cooperado.


Antônio Vilaça Júnior: "A Associação Digital é apenas o começo de nossa jornada em oferecer soluções financeiras inclusivas e sustentáveis."
Foto divulgação Sicoob

"Estamos empenhados em preparar a nova geração para vivenciar o cooperativismo financeiro de forma inovadora, e aspiramos que o Sicoob se torne a principal escolha financeira para esses jovens no futuro. A Associação Digital é apenas o começo de nossa jornada em oferecer soluções financeiras inclusivas e sustentáveis para todos os cooperados, independentemente da idade", afirma o diretor de Tecnologia da Informação no Sicoob, Antônio Vilaça Júnior.

O Super App Sicoob, lançado em dezembro, foi projetado com a missão de oferecer um ambiente digital completo aos seus cooperados, concedendo-lhes maior autonomia na gestão de suas finanças, com conveniência e comodidade.

Portfólio completo

Com mais de 4,7 mil pontos de atendimento físico pelo Brasil e amplo atendimento em canais digitais, o Sicoob oferece um portfólio completo de soluções financeiras, como conta corrente, crédito, investimentos, cartões, previdência, consórcio, seguros, cobrança bancária, câmbio e maquininha de cartões, dentre outras soluções financeiras. Agora, também oferece uma opção dedicada às crianças e adolescentes. Confira mais informações aqui.


domingo, dezembro 10, 2023

MAIS BICHOS QUE GENTE




O BRASIL DE PENAS, PATAS E CHIFRES


Santa Maria de Jetibá, na região Serrana do Espírito Santo, é a maior produtora de ovos do Brasil com quase 250 ovos por dia para cada habitante. Mas não é apenas com as galináceas que o País vai bem, obrigado. Cabeças de gado e suínos também têm números impressionantes.   

A quantidade de frangos, bois e porcos impressiona na economia brasileira.
Fotos Secom Mato Grosso e Sistema FEAP


Por Luigi Mazza, Pedro Tavares e Renata Buono (Arte)


O Brasil é um país com mais bois do que pessoas. São 234 milhões de cabeças de gado e 203 milhões de humanos, segundo o IBGE. É o maior rebanho da série histórica iniciada em 1974, graças em boa medida ao Centro-Oeste: juntos, Mato Grosso e Goiás têm mais bois do que a Argentina. A maior população do campo, no entanto, é de galináceos (categoria que abarca galinhas e frangos): são 1,6 bilhão, o que significa que, para cada brasileiro, há oito galináceos. O =igualdades mostra o tamanho da população animal do Brasil e onde ela vive, com base em dados da Pesquisa da Pecuária Municipal.


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O rebanho bovino bateu recorde em 2022. Foi o maior número de bois contabilizados desde 1974, quando o IBGE iniciou a série histórica. O estado que concentra o maior gado é Mato Grosso, com 14,6% do rebanho total. São Félix do Xingu, cidade que gira em torno da agropecuária, tem o maior rebanho bovino do Brasil: 2,5 milhões de cabeças de gado, número muito maior que o de habitantes (65,4 mil). O segundo município no ranking é Corumbá, no Mato Grosso, com 1,9 milhão de bois.



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Dos cinco estados com mais cabeças de gado, três estão no Centro-Oeste. Somados, Mato Grosso e Goiás têm 4 milhões de bois a mais do que a Argentina. Proporcionalmente à população, no entanto, Brasil e Argentina têm rebanhos parecidos: tanto lá quanto cá, há pouco mais de um boi por pessoa. A categoria galináceos engloba toda a espécie Gallus gallus, que contempla tanto galinhas como frangos de corte (para a produção de carne). O Brasil tem 1,6 bilhão de galináceos, sendo 30% deles no Paraná.




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O número de suínos cresceu 4,3% entre 2021 e 2022. A região Sul responde por 51% desse rebanho, com destaque para Santa Catarina, que concentra 9,8 milhões de porcos. Minas Gerais é o estado brasileiro com maior número de equinos, grupo que contempla cavalos, burros e zebras. São 805 mil animais. Rio de Janeiro e São Paulo, estados vizinhos, não chegam juntos a 500 mil equinos.
Santa Maria de Jetibá, com seus 41 mil habitantes, produziu 318,6 milhões de dúzias de ovos de galinha em 2022. Isso corresponde a um total de 3,8 bilhões de ovos. Se essa produção fosse dividida pela população, cada santa-mariense receberia 249 ovos por dia.




terça-feira, novembro 14, 2023

"VEM, MEU FILHO, VEM, VEM, MEU FILHO, VEM"





OH, PEDAÇO DE MIM,

OH, METADE AFASTADA DE MIM...


O impressionante depoimento da cineasta que filmou o próprio aborto



"O que eu fiz para passar por isso? Tentei me concentrar
só naquele minuto, vivê-lo plenamente". 

Foto Medibuddy

 

Por Eliza Capai

Com Piauí

Fotos meramente ilustrativas, exceto a última, de Eliza Capai

“A enfermeira disse para irmos à maternidade quando a dor ficar insuportável.” Se isto não é insuportável, não sei o que é, respondi numa das pausas das contrações. É engraçado como naquele momento eu me sentia, mais do que nunca, duas pessoas. Por um minuto, eu não sabia como acolher entre meus quadris aquela torção que queria me rachar no meio. Alcançava decibéis que nunca imaginei que minhas cordas vocais e pulmões alcançariam, e não me importava que o quarteirão inteiro ouvisse. Mas dez segundos depois, num intervalo da dor, eu fazia graça da situação, ria como se aquilo tivesse sido vivido por outra pessoa em outro tempo, conversava sobre qualquer besteira. Eu me sentia numa bipolaridade natural e saudável. 

"Como diz Gilberto Gil em minha música preferida,
 'O melhor lugar do mundo é aqui, e agora'".

Foto Gettyimages

Num desses momentos felizes, João foi ao banheiro e, ainda de lá, enquanto fechava a braguilha, começou a dizer: “Entrevistei presos políticos que falaram que, quando eram torturados, a dor era tão insuportável que eles preferiam morrer a continuar naquilo.” Ele foi contando isso conforme se aproximava do quarto onde eu estava, em seu apartamento no subsolo de Lisboa. E concluiu: “Quando sentires isso, vamos para o hospital” . 

A cena resume o homem que eu tinha escolhido para ser o pai de meu filho. Eu o admirava pela frieza em situações extremas, fosse o estranho parto de nosso primeiro filho ou a cobertura fotojornalística da guerra do Afeganistão. Ele é dono de um humor ácido a ponto de, naquele momento, me comparar a presos políticos. “Mas como vou saber quando a dor for insuportável assim?”, perguntei, antes de gemer mais alto que qualquer outro som que já fiz. João quase riu e disse: “Vais saber”.

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“Vai ficar tudo bem” e “daqui a pouco vocês têm outro” foram frases que um dia falei".
Foto Freepik

Quando vomitei depois de tomar um gole d’água, pedimos um Uber para a maternidade. Me levaram para a sala da médica. Quando ela me perguntava qualquer coisa, eu respondia com “joinhas” enquanto me contorcia, agachada ao lado da cadeira ginecológica onde deveria estar sentada. “Não tem posição possível, né?”, ela comentou. A bolsa estourou ali mesmo, cheia de sangue. Levantei o vestido largo, arremessei a calcinha na lixeira. Alguém forrou o chão com papel. Vomitei o que já não tinha no estômago. Me vestiram de hospital, disseram: “contração 5”.

Por um momento, senti como se minha mãe tivesse posto a mão nas minhas costas. Logo apareceram minhas irmãs, depois três amigas – Lia, Lu, Lelê. Elas me olhavam serenas, me tocavam sem encostar, me lembravam que era assim mesmo, que todas passamos por isso. Foi uma miragem. Mas sentia que elas estavam ali, mesmo estando do outro lado do Oceano Atlântico. A enfermeira me olhou nos olhos. “Respira fundo.” Fiquei presa nos olhos dela, negros, cercados por cachos. Voltei para a sala da médica, para aqueles dois corpos em fusão que queriam se separar. 

Já era hora. 

"A cena resume o homem que eu tinha escolhido para ser o pai de meu filho".
Foto Kelsey Durell


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Eu me concentrava na respiração pressionando o útero para baixo, no grito que deveria sair da boca e cruzar da vagina para a terra, em como eu deveria encher o pulmão inteiro depois disso. No meio de uma contração, lembrei de um documentário em que a ex-presidente Dilma Rousseff contava que, quando torturada na ditadura, focava no agora, dizia a si mesma que precisava aguentar só mais cinco minutos, porque se pensasse em aguentar mais um dia, uma semana ou um ano, sucumbiria. Me sentia torturada por meu ventre e destino. O que eu fiz para passar por isso? Tentei me concentrar só naquele minuto, vivê-lo plenamente. Como diz Gilberto Gil em minha música preferida, “O melhor lugar do mundo é aqui, e agora. Aqui, onde, indefinido, agora que é quase quando”.

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Comecei a rezar um pai-nosso, esqueci no meio, iniciei então uma ave-maria, que também esqueci, e cantei para Oxum na cachoeira. Nesse momento, chegou Cecília, a enfermeira que me apresentou ao lindo mundo dos opiáceos. O assistente de enfermagem me agarrava enquanto eu me revirava: a agulha me picou, e aquela coisa geladinha foi entrando pelo meu braço. As dores aos poucos diminuíram. Eu sentia as contrações, mas elas agora tinham outra tonalidade, eram algo que fazia parte de mim, e não mais que queria me matar. Meus olhos mal se abriam. Drogada de opiáceo, era mais fácil emanar amor àquele serzinho que sairia de mim. 

"Como podia uma pessoa ser tão miúda?"
Foto Bonnistudio/Stocksy

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“Vem, meu filho, vem, vem, meu filho, vem”, eu cantava, em mantra. A sala foi ficando branca. “Coragem para nós dois, pode vir, pode sair, coragem, filho.” Lembrei da cena que um dia vi em um filme. Um potro saindo de dentro de uma égua, todo gosmento. Me senti o potro e a cavala ao mesmo tempo, nem sei explicar como isso é possível, mas ali eu soube. “Acho que saiu.” João deu dois passos para o lado, esticou o pescoço olhando entre as minhas pernas e então tocou a campainha. 

Manuel tinha tomado coragem e saído de dentro de mim. Cecília voltou, cortou o cordão umbilical e perguntou se eu queria ver meu filho. Tinham me dito que, para que eu lidasse bem com o trauma, seria melhor vê-lo. Ele estava envolto em um paninho azul, e eu, sem óculos e chapada, achei aquilo a coisinha mais linda do mundo. Como podia uma pessoa ser tão miúda? Ter o narizinho igual ao do pai? Aquele ombro tão esguio? Costelinhas, perninhas, todo quase perfeitinho… Eu acabava de virar mãe. 

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Chorei de alívio e de tudo mais que ultrapassa qualquer palavra que conheço. Tocava com cuidado aquela pele meio gelatinosa e transparente, aqueles grandes olhos fechados com um pontinho entre eles. Por que eu não consegui fechar direito aquela cabecinha tão linda? Eu me perguntava isso há semanas, me perguntarei para sempre e me perguntava ali enquanto olhava pela primeira e última vez o meu filho, tão pequeno e gelado. Meu filho que, havia duas semanas, tinha sido diagnosticado com uma malformação “incompatível com a vida”.

"Manuel tinha tomado coragem e saído de dentro de mim. Cecília voltou,
cortou o cordão umbilical e perguntou se eu queria ver meu filho".

Foto Envato Elements

Não é justo uma mãe não poder escutar o choro de seu primeiro filho, não poder descobrir sua voz, a cor de seus olhos, se teria o humor do pai, se falaria português com acento lisboeta ou capixaba. Mas naquele instante, com aquele bebê de dezesseis semanas na palma de minha mão, eu sentia um alívio misturado com um estranho e profundo amor por alguém que só conheceu meu interior. Que nunca descobrirá quão cruel e maravilhoso é o mundo. E que eu nunca, jamais, verei me olhar.

Nunca imaginei que um aborto pudesse ser tão dolorido fisicamente, nem que era possível um abismo tão grande se abrir depois da perda de um filho desejado, tão pequenino. Eu me sentia à beira da insanidade. Sentia a parede do quarto me engolindo. Estava com 40 anos e ainda não sabia que uma a cada sete brasileiras da minha idade já fez um aborto. Já sabia que 30% das gravidezes terminam em perdas, mas, mesmo assim, me sentia a única mulher do mundo que passou por isso.

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"Toda vez que vejo ele dizer isso no filme, eu choro. Juju passou no colo de toda a família, e dois anos depois, os olhos da mãe, da avó e da irmã de Isabela ainda mareavam ao contar do amor daquele dia".
Foto Asatonline

Depois do aborto, eu soube de muitas amigas que tinham vivido situações parecidas em silêncio. Todas com culpa, seja por ter falhado na bem feitura de um filho desejado, seja pelo medo de confessar o aborto, que é crime em nosso país arcaico. Lembrei de tantas outras que haviam me contado suas histórias, com as quais eu não havia me conectado emocionalmente, pensando ser exagero o “mimimi” sobre um filho tão pequeno. “Vai ficar tudo bem” e “daqui a pouco vocês têm outro” foram frases que um dia falei. Será que eu diria num velório: “Sinto muito pela passagem de seu marido, mas daqui a pouco você conhece outro”? Ou “Sinto muito pela perda de sua irmã mais velha, que bom que a caçulinha segue aqui”?


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Entendi outras camadas da nossa dificuldade social em lidar com a morte, sobretudo a morte antinatural de um filho: “Eu queria que você ficasse aqui até eu ficar velhinha”, eu disse a ele, na despedida. Eu achava difícil assumir a dor pela perda de um filho que ninguém viu, uma espécie de luto do invisível, um serzinho que existiu mais como projeção do que como pessoa. Mas essa ausência doía de forma dilacerante. Depois aprendi que parte desse processo é químico. Se ao fim da gravidez muitas mulheres passam pelo chamado baby blues, depressão causada pela queda abrupta dos hormônios, e o que as ajuda é ter o filho no colo e mamando, o que dizer dessa queda hormonal seguida de útero e colo vazios?

 

"Nós cineastas só registramos a dor dos outros, somos sempre
altruístas, além de nunca sofrermos".

Foto Suitcase

Acho que eu poderia ter acolhido melhor a dor se já tivesse tido contato com os impactos emocionais do aborto por meio das artes ou do jornalismo. Senti então que, se eu não fosse capaz de virar a câmera para mim e me colocar como objeto, eu não teria mais o direito de registrar a vida alheia. Tinha o privilégio de poder contar sobre o meu aborto pelo fato de ele ter sido feito em Portugal, onde a interrupção da gravidez é legal.

Eu já vinha fazendo filmagens caseiras de minha gravidez ao lado de João – nossa família se expandindo em tempos pandêmicos. Quando soube que meu filho não sobreviveria, seguimos filmando. Será que eu conseguiria fazer um documentário sobre o meu próprio aborto?

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Nos momentos em que eu normalmente baixaria a câmera caso estivesse gravando outra mulher, eu começava a me filmar. Sabia que, se depois me arrependesse, bastava quebrar os HDs em mil pedacinhos. Então me gravei como jamais permitiria que fizessem comigo, e como jamais faria com ninguém. Sem pudor. Queria transformar a raiva e a tristeza em algo que prestasse. Para que uma em cada sete brasileiras soubesse que não é a única. Para que as 30% se sentissem abraçadas. Eu queria fazer um filme-cura, e a primeira a ser curada tinha que ser eu.


"Vou falar da dor que te faz ter vontade de sumir porque você
foi uma bosta que nem soube fabricar seu filho."

Foto Istock

Assisto ao parto repetidas vezes, até conseguir apenas chorar sem soluçar. Levo mais de dois meses resumindo o pior momento da minha vida em duas horas. Envio a edição para um laboratório de documentários que recebe filmes que estejam precisando de ajuda para chegar ao corte final. O projeto não é selecionado, normal. Um dos responsáveis pelo laboratório liga para a produtora do filme, o que não é normal. Talvez com a melhor das intenções, ele diz que não há história no meu documentário, ainda mais considerando que estávamos num momento de pandemia e fome, e que é normal perder gestação, que éramos um casal jovem e logo engravidaríamos de novo. Diz que o projeto deveria ser engavetado, e que em dez anos eu deveria rever esse material para decidir se queria mesmo fazer um filme, “como o João Moreira Salles¹  em Santiago”. Para eles, trata-se somente de uma diretora narcisa querendo exibir sua dor.

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As pessoas do laboratório ficaram incomodadas porque a fotografia do meu filme é bonita. Talvez também tenha incomodado o fato de eu entrar em trabalho de parto vestindo uma calcinha bonitinha. Para um documentário ser sério, imagino, a câmera tem que estar torta, na contraluz, deixando ver uma marca de dedo engordurada na lente, e a personagem quando sofre tem que estar com uma calcinha furada. A protagonista não pode ser a cineasta. Nós cineastas só registramos a dor dos outros, somos sempre altruístas, além de nunca sofrermos.

 

"Saí da sala, e a mulher virou no fim do corredor à direita. Janaína,
o seu nome. Sentou-se na cama e chorou".

Foto Jade Bilardi

Nunca mais vou fazer um filme na vida. Foda-se. Posso tirar foto subaquática de turistas ricos em Noronha. Posso virar massagista na Bahia. Posso ser produtora de festas infantis. Nunca mais vou fazer um filme. Nenhum. Nem de fome, nem de morte, nem de superação. Joguei na Mega Sena que estava acumulada em 39 milhões de reais.

Não ganhei.

Só de raiva decidi então levar o filme adiante. Mas agora no plural. Vou:

Procurar mulheres que, como eu, tenham tido seus fetos diagnosticados como “incompatíveis com a vida”;

Entrevistar essas mulheres;

Ir a hospitais para tentar acompanhar outros abortos de fetos malformados;

Falar da dor que te faz ter vontade de sumir porque você foi uma bosta que nem soube fabricar seu filho;

Falar da vergonha;

Da culpa;

Questionar: o que é “incompatível com a vida”? Não seria todo aborto uma incompatibilidade com a vida – econômica, social ou emocional – da mãe?

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"Acho que eu poderia ter acolhido melhor a dor se já tivesse tido contato com os impactos emocionais do aborto por meio das artes ou do jornalismo".
Foto Reuters

Conheci, através de um podcast de notícias, a história de uma menina de 10 anos que, assim como eu, cresceu no Espírito Santo. Estuprada repetidamente pelo tio, ela acabou engravidando e não conseguiu abortar em nenhum hospital do estado. Quem se ofereceu para recebê-la foi uma maternidade no Recife, o Cisam (Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros), dirigido por Olímpio Barbosa de Moraes Filho, um médico que tinha sido excomungado pela Igreja Católica duas vezes por realizar abortos legais em crianças violentadas. De forma intuitiva, fui até o Recife para começar meu filme. Olímpio me recebeu e me pôs em contato com outros médicos e hospitais.

Quando me dei conta, estava numa sala de ultrassom para gravidezes de risco. Oito funcionários lá dentro. Uma grávida entrou, e a médica residente continuou o papo como se ela nem estivesse ali. “Sua bexiga está muito cheia, esvazie”, foi sua primeira interação com a paciente. A grávida foi ao banheiro e voltou. Não recebeu um “bom-dia”.

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Feitos os preparativos, a enfermeira mostrou na tela como estavam os gêmeos dentro da barriga. Os coraçõezinhos batiam. Entre os funcionários, comentou-se que um dos bebês era bonitinho.

 

"Eu lembrava da minha angústia durante os ultrassons. Lembrei da médica que, ao me atender pela segunda vez, deu o diagnóstico do meu filho e pediu para eu não chorar".
Foto Reuters

Eu lembrava da minha angústia durante os ultrassons. Lembrei da médica que, ao me atender pela segunda vez, deu o diagnóstico do meu filho e pediu para eu não chorar. Quando João me abraçou e disse a ela que eu deveria chorar o quanto quisesse, a médica respondeu: “É que se ela chorar, eu vou chorar também. Ontem saí daqui pensando como daria a notícia sobre a encefalocele… Tive dor de cabeça e tomei remédio para conseguir dormir.” Pena que ela não me abraçou para chorarmos juntas. Deve ser difícil você ser treinada para dizer “é menina!” e ter que falar “a cabeça do seu filho tem um buraco e parte do cérebro vazou”.

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Na sequência, outra grávida se deitou. “Não consigo visualizar esta perninha, nem a parte debaixo desta”, disse a médica, em tom doce, tocando o corpo negro da mulher, que não falava nada. “Os bracinhos também estão com problema, a coluna, e o coração.” Quando a mãe saiu, perguntei à médica: “Incompatível com a vida?” Ela respondeu: “Possivelmente.”

Saí da sala, e a mulher virou no fim do corredor à direita. Janaína, o seu nome. Sentou-se na cama e chorou. Na sua frente, outra cama e um berço com luz neon. Nele, um bebê com um tapa olho que parecia óculos escuros. Fazia dez dias que a bolsa de Janaína tinha estourado. Ela veio do sertão sozinha. O marido depois trouxe as roupas. “O que eu vou falar para a minha filha quando voltar para casa sem o irmãozinho dela?”.


"Nunca imaginei que um aborto pudesse ser tão dolorido fisicamente, nem que era possível um abismo tão grande se abrir depois da perda de um filho desejado".
Foto Istock

Janaína achava que passaria por uma cesárea, mas ninguém lhe explicava nada. “Não pára de cair água, tá secando, meu bebê vai morrer dentro de mim”, ela dizia, angustiada. O almoço de Janaína chegou e ela nem notou. O telefone tocava e ela desligava. Entrou numa espécie de transe enevoado. À noite, lhe mandei uma mensagem, avisando que retornaria ao hospital no dia seguinte: “Você está precisando de alguma coisa?”

“Tô precisando de um milagre na minha vida”, ela respondeu.

Visitei outros hospitais até iniciar de vez as filmagens. Me impressionou que, mesmo indo a maternidades públicas, quase sempre eu só encontrava mulheres brancas, de classe média ou alta que haviam abortado legalmente fetos incompatíveis com a vida. Segundo as estatísticas, a maioria das mulheres que abortam no Brasil são negras. Por que eu não as via?

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Ao conversar com o dr. Olímpio, caiu a ficha: grande parte das mulheres pobres nem obtêm o diagnóstico de incompatibilidade com a vida porque não têm um pré-natal de qualidade, porque os médicos talvez não se deem ao trabalho de explicar, porque nem recebem orientação sobre o que fazer. Um médico deveria esclarecer à mulher que ela tem as seguintes possibilidades: levar a gestação adiante e perder o filho na barriga ou um pouco depois do parto. Caso a criança nasça, será preciso entubá-la ou submetê-la a cuidados paliativos. Se optar pelos cuidados paliativos, a mãe terá que assinar uma autorização, dizendo ser responsável por essa escolha. Ou a mulher pode entrar na Justiça, comparando a situação de seu filho à de um feto anencéfalo, cujo aborto é permitido no país.

 

"Ela contou que o marido tinha ido buscá-la ontem. Que, quando os dois se encontraram, ele reclamou de sua demora".
Foto Madpage

Olímpio é do grupo de médicos pelo qual tenho imenso respeito, que luta pela dignidade das pessoas e pela justiça. Em uma das cenas que gravamos, mas que acabou não entrando no filme, ele explica que “no Brasil, dois terços das gravidezes não são planejadas e metade dessas mulheres não desejam a gravidez. Ou seja, é um sofrimento, é uma tortura para essas mulheres. E o que acontece quando essas crianças crescem, que não receberam afeto, amor? Eu acho que isso tem muito a ver com a violência no nosso país, com a falta de respeito.”

Olímpio me explicou que nos países onde o aborto é legalizado, as mulheres, ainda no hospital, recebem educação sexual para não engravidar de novo, além de contraconceptivos. Isso faz o número de abortamentos cair ao longo dos anos. Se as pessoas ditas “pró-vida” estivessem mesmo preocupadas com vidas, a gente já teria descriminalizado a interrupção da gravidez. Não haveria meio milhão de abortos anuais no país. O Brasil, quem sabe, chegaria a um momento em que quase nenhuma mulher morreria, e que quase todos os bebês nascidos seriam amados.

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Talvez se todos nós fôssemos amados ainda na infância, pessoas adultas não iriam a uma maternidade chamar de “assassina” uma criança de 10 anos de idade, grávida do tio que a violentava.

Ao contrário da maioria das mulheres negras ou das periferias do Brasil, Laís recebeu o diagnóstico e as opções. Decidiu levar a gravidez até o fim e ser coerente com suas crenças. “Só Deus pode tirar uma vida”. Quando Sussu nasceu, Laís escutou o choro e logo soube que sua filha seria levada para a UTI. Passou a noite aguardando um quarto. Perguntava para os funcionários do hospital como estava sua bebê, mas ninguém sabia. No dia seguinte, quando perguntou novamente, informaram que ela havia morrido. Laís não pôde nem ver Sussu enquanto viva. Não deu um abraço. Não sentiu o cheiro.

 

"E o que acontece quando essas crianças crescem, que não receberam afeto, amor?".
Foto Happiness

Quando Priscila recebeu o diagnóstico, lembrou de seu tio entubado, com o desespero estampado no rosto, desejando que desligassem os aparelhos. “Como eu poderia fazer isso com uma recém-nascida?” Priscila decidiu interromper a gravidez e seu avô, pastor da Assembleia de Deus, pai do tio que foi entubado, apoiou sua decisão: “Lá na Igreja dele, todo mundo é contra. Mas quando acontece com a gente, nossa opinião muda.”

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Passei tempos em uma UTI neonatal gravando imagens que, mais tarde, decidi não usar no filme. Fiquei hipnotizada por um bebê que estava no centro da última fileira. Não sei que problema ele tinha, mas soube que o pai nunca foi pai e a mãe um dia também desapareceu. Ele estava há seis meses sozinho na UTI. Não tenho palavras para descrever o que senti vendo aquela solidão. No canto esquerdo, um bebê magrelinho se tremia inteiro enquanto chorava. “Vai dar tudo certo, bebê, vai dar tudo certo.”

Quando saí, gravei por um tempo a rampa vazia do hospital. Uma das mães sentou atrás de mim. Tinha os olhos vidrados no chão, que se abria num fosso infinito. Falando com alguém no celular, ela contou que tinha ficado o dia inteiro na UTI, tentando dar de mamar para o filho, o bico do peito em carne viva. Passou o dia, a semana, a vida toda ali, com um bebê que talvez nunca pudesse sair do hospital. Ela contou que o marido tinha ido buscá-la ontem. Que, quando os dois se encontraram, ele reclamou de sua demora. Ele disse que passou o dia no trabalho, e estava irritado por ter esperando tanto tempo dentro do carro, em frente à maternidade.

 

"Isabela terminou a entrevista falando do medo que tinha de se tornar uma
pessoa mais fria, mas que se sentia mais aberta para a vida".

Foto Gettyimages


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A vida às vezes não faz sentido.

Isabela e Danilo estavam novamente grávidos, já no oitavo mês de gestação, e pairava no ar uma tensão. Dois anos antes, eles tiveram outra gravidez. A cada ultrassom, um novo problema aparecia. Aos seis meses, veio o diagnóstico de incompatibilidade com a vida. Eles cogitaram o aborto, mas optaram por viver cada segundo da vida daquela bebê. Para isso, tiveram que entrar com uma ação judicial pedindo para a filha não ser entubada e ficar sob cuidados paliativos durante os breves momentos em que viveria.

Quando Danilo pegou Juju no colo pela primeira vez, a pequena seguia seu olhar: “Ela parecia que só queria dar um oi e um tchau.” Toda vez que vejo ele dizer isso no filme, eu choro. Juju passou no colo de toda a família, e dois anos depois, os olhos da mãe, da avó e da irmã de Isabela ainda mareavam ao contar do amor daquele dia. “Tem gente que vive 100 anos, tem gente que vive 30 anos, ela viveu 15 horas. Aqui em casa a gente teve uma aceitação tão grande da vida, que passa pela aceitação da própria morte”, disse Isabela. Ela foi aprendendo que o luto não é uma linha reta, aprendendo a aceitar os meses em que a dor aguda retornava. Em casa eles se acolhiam. Na rua, começaram a ser citados como “o casal que havia deixado a filha morrer”.

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Danilo, em dado momento, achou que havia de fato sido responsável pela morte da filha, se sentiu à beira da insanidade, e depois de Isabela abrir e relembrar todos os laudos médicos, ele procurou terapia. Isabela terminou a entrevista falando do medo que tinha de se tornar uma pessoa mais fria, mas que se sentia mais aberta para a vida. É bonito ver alguém que consegue se fortalecer e ter mais fé no amor depois de levar uma rasteira. Desejei isso para mim.

Depois de meses em edição, o filme estreou no festival É Tudo Verdade. Dei a ele o título do diagnóstico do meu filho: Incompatível com a Vida. Nunca estive tão ansiosa. Temia estar cristalizando os momentos mais tristes que vivi, e que assim eles nunca mais deixassem de existir. Que eu estaria eternamente gritando no chuveiro, chorando com meu filho morto nas mãos.

 

"Quem tem esse direito somos nós, 30% das grávidas que têm
suas gravidezes terminadas em aborto".

Foto Rebecca Smith

Na plateia, estavam as mulheres da tela: Isabela e Danilo com a filhinha Manuela que já andava, Laís grávida novamente, Alana e Andersson que se deram de presente de aniversário as passagens de João Pessoa para São Paulo, a família toda de Tainah e Priscila. Já havíamos assistido todas juntas ao documentário. Depois disso, Shuane me disse que o filme havia encerrado seu luto, que não precisava chorar mais por Pedrinho, e que por isso não iria à estreia. No festival, quando a exibição terminou, o cinema seguiu em silêncio. As luzes acenderam depois dos créditos e alguns espectadores continuaram afundados nas poltronas. Me contaram que, no banheiro, algumas pessoas tentavam acalmar o choro e limpar a maquiagem borrada.

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Quando levantei da primeira fileira, meus pés pareciam flutuar. Armou-se um cortejo fúnebre. As pessoas nos abraçavam pelas mortes daqueles bebês. O funeral que muitas de nós não tivemos – meu filho e tantos outros viraram lixo hospitalar – acontecia ali. As mulheres do filme me agradeceram por fazer do momento mais triste de suas vidas algo que ajudaria outras mulheres. “Meu luto se encerra aqui”, escutei de algumas delas e dentro de mim.

Eu consolava as pessoas que choravam por outras mortes. Uma mulher me abraçou e disse que tinha abortado, mas que nunca tinha contado isso para ninguém. Um homem em prantos disse que só agora entendia a mãe que havia se trancado no quarto depois de perder uma gravidez. Uma obstetra me disse que o filme será transformador para sua equipe e muitas outras, que ela seria uma melhor profissional a partir dali. Ouvi muitas histórias de pessoas desconhecidas, histórias que haviam sido silenciadas e que passaram a ser conversadas no hall daquele e de outros cinemas, nos bares e semanas que seguiram. Fui aplaudida no debate quando falei que entendo que a cena do feto natimorto em minha mão causa repulsa, mas que esse é um debate político essencial: que não são os “pró-vida” que tem o direito de exibir fetos. Quem tem esse direito somos nós, 30% das grávidas que têm suas gravidezes terminadas em aborto.

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Recebi muitas mensagens de desconhecidas e conhecidas, agradecendo por sentirem que suas histórias foram narradas no filme. Recebi o prêmio de melhor longa-metragem do É Tudo Verdade, o que qualifica meu filme para o Oscar. No momento em que subi no palco, depois do anúncio, minhas pernas estavam bambas. Contei à plateia que a primeira coisa que me falaram, quando terminei o filme, é que eu devia colocar aquela história na gaveta. Ao dizer isso, a raiva que eu sentia lá atrás deu lugar a um amor profundo. É como se eu entendesse o que Isabela havia me dito lá atrás, sobre o medo de se tornar fria. Senti que o receio que eu tinha de me transformar em uma pessoa em desespero, que nada espera da vida, havia se esvaído. Que falarmos juntas sobre tudo o que foi silenciado, com afeto, é cura para todas. Eu nunca tinha entendido em primeira pessoa, com tanta intensidade, que a arte pode ser cura. Sentir essa cura em mim, e a partir do filme em outras pessoas, me deu uma estranha sensação de amor profundo. De criar sentido no sem sentido. 


Foto Felipe Souto